A lipoaspiração é uma cirurgia plástica indicada para o tratamento da gordura localizada e remodelação dos contornos, melhorando as proporções corporais. Dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS, na sigla em inglês), baseado em um levantamento feito em 2019, mostram que o Brasil é o país onde mais se realizam cirurgias plásticas. E no ranking nacional de procedimentos, a lipoaspiração aparece em segundo lugar, atrás apenas da mamoplastia de aumento.
Neste artigo, mostramos para quem o procedimento é indicado e para quem não é. Veja, também, como é a recuperação da lipoaspiração e o que esperar do resultado. Boa leitura!
O que é a lipoaspiração?
Na lipoaspiração, os depósitos de gordura em excesso (em áreas como abdômen, cintura, costas, braços e coxas) são aspirados. Para isso:
- realiza-se a anestesia (sedação intravenosa ou anestesia geral), cujo tipo é definido individualmente;
- são feitas pequenas incisões (imperceptíveis), para injeção de uma solução estéril que minimiza traumas e sangramentos;
- inserem-se as cânulas, conectadas a um aparelho a vácuo (aspirador cirúrgico), realizando um movimento de vaivém para deslocar a gordura e, em seguida, aspirá-la.
Caso a gordura extraída seja usada para projetar e remodelar outras áreas, o procedimento se torna uma lipoescultura. É o que ocorre quando o cirurgião aspira a gordura dos flancos e a enxerta nos glúteos.
Além disso, em alguns casos o procedimento pode ser feito em associação com outras técnicas. Por exemplo na lipoaspiração associada à abdominoplastia.
Quais são as indicações para a lipoaspiração?
A lipoaspiração é indicada para pessoas saudáveis (não fumantes), com índice de massa corpórea (IMC) normal e pele tonificada. Pacientes que se alimentam bem e se exercitam regularmente, mas que estão incomodados com áreas desproporcionais, devido ao acúmulo de gordura localizada, são os melhores candidatos para o procedimento.
Inclusive, para quem deseja evidenciar os músculos definidos, indica-se a chamada lipo de alta definição (ou lipo HD). Nesse caso, a área mais operada é o abdômen, com o intuito de marcar o “tanquinho”.
Mas atenção: existe um limite de segurança para a realização da cirurgia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a aspiração de gordura não deve ser superior a 7% do peso corporal.
Como é a recuperação da lipoaspiração?
A alta da lipoaspiração ocorre entre 12 e 24 horas após a cirurgia, de acordo com o quadro clínico individual. O repouso dura uma semana e é preciso tomar a medicação conforme a prescrição médica, além de beber muita água (para minimizar edemas).
Nos primeiros dias, deve-se manter a malha de compressão ou bandagens elásticas colocadas ao término do procedimento. Elas ajudam a controlar o inchaço e comprimir a pele. Além disso, pode ser preciso ficar com um pequeno dreno.
Também é necessário evitar esforços ou movimentos excessivos, o que pode prejudicar a cicatrização. Porém, deve-se movimentar as pernas com frequência, para evitar trombose. Após o terceiro dia, pode ser preciso fazer drenagem linfática manual.
No mais, é importante contar com a companhia de um familiar ou amigo próximo, pelo menos, na primeira noite após a alta hospitalar. Em caso de alguma necessidade (como para se deitar e levantar, por exemplo), esta pessoa pode ajudar.
Quais são os riscos do procedimento?
Todo procedimento cirúrgico, sem exceções, tem riscos associados. No caso da lipoaspiração, as possíveis complicações são:
- hematomas;
- acúmulo de líquidos (seroma);
- má cicatrização ou cicatrização hipertrófica;
- alterações na sensibilidade da pele;
- despigmentação ou necrose da pele;
- riscos anestésicos;
- assimetrias, que podem exigir a realização de outro procedimento;
- dor que perdura;
- danos em estruturas profundas (vasos sanguíneos, nervos, músculos e órgãos)
- trombose venosa profunda, embolia pulmonar; entre outros problemas.
Durante o pós-operatório, o paciente é orientado a comunicar seu médico caso ocorra qualquer sintoma inesperado. Por exemplo: falta de ar, alteração dos batimentos cardíacos e dores no peito.
Cabe ao paciente decidir se os benefícios satisfazem suas expectativas e se os potenciais riscos são aceitáveis. Se estiver de acordo e o especialista comprovar a indicação, antes de se submeter ao procedimento é preciso assinar um termo de consentimento, assegurando que compreendeu todos esses fatores.
Em quais casos a lipoaspiração não é indicada?
A lipoaspiração não deve ser realizada em pacientes obesos ou com sobrepeso, com o intuito de emagrecimento. Afinal, ela não é um tratamento para a obesidade, o que exige o acompanhamento de endocrinologista e a adoção de um estilo de vida saudável, com reeducação alimentar e prática regular de atividades físicas.
A exceção são casos específicos, em que procedimento pode ser indicado como coadjuvante dos tratamentos de obesidade. Isso, desde que os respectivos pacientes aceitem os limites estéticos e a transitoriedade dos resultados.
Fumantes e pessoas com problemas de saúde que possam prejudicar a cicatrização também não são bons candidatos ao procedimento. O mesmo vale para indivíduos que possuam doenças com risco de vida.
Além disso, pacientes com flacidez não são bons candidatos à lipoaspiração. Isso porque, após a retirada da gordura, o problema ficar ainda pior. Nesses casos, ao menos em um primeiro momento, é mais indicado recorrer a um tratamento que combata a flacidez (como a radiofrequência).
Em relação à celulite, vale o mesmo. A lipoaspiração não resolve o problema, que deve ser tratado por meio de mudanças nos hábitos de vida e, se necessário, algum tratamento estético (como o Sculptra).
O que esperar do resultado da lipoaspiração?
O resultado da lipoaspiração varia de acordo com as características físicas (biotipo) e estilo de vida de cada paciente, sendo uma questão discutida com o cirurgião responsável durante as consultas pré-operatórias. Aliás, o fato de o paciente ter expectativas realistas quanto aos alcances do procedimento é um dos critérios levados em conta na sua indicação.
Outro ponto que precisa ficar claro: o resultado da lipoaspiração não é imediato. O inchaço e a retenção de líquidos provocados pela cirurgia levam meses para desaparecer — o que também varia de pessoa para pessoa. Só depois desse período, o novo contorno corporal finalmente pode ser visto.
E existe mais um porém: é preciso reforçar que o ganho de peso pode comprometer as mudanças esculpidas por meio da cirurgia, revertendo seu resultado. Por isso, antes de se submeter a esse tipo de procedimento, deve-se estar disposto a levar um estilo de vida saudável. Ou seja, somente com a manutenção de uma dieta balanceada e a prática regular de atividades físicas a perda do tecido adiposo será preservada.
Assim, a melhor pessoa para dizer se a lipoaspiração é, ou não, indicada para você, é o cirurgião plástico, por meio de uma avaliação individualizada. Caso você esteja dentro do peso ideal e apresente todas as condições necessárias, ela poderá ser feita. Mas caso precise tratar a obesidade, é preciso buscar ajuda de um endocrinologista, para iniciar um processo de emagrecimento, ou de um cirurgião geral, para avaliar a possibilidade de realizar uma cirurgia bariátrica.
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